Traficantes da comunidade da Alma, em São Gonçalo, ignoraram o luto imposto pela facção criminosa em razão da mortes no Morro do Jacarezinho e fizeram um “bailão”, no último fim de semana, na localidade recém conquistada pelo Comando Vermelho (CV).
Com aglomeração e músicas de apologia ao crime organizado, os traficantes comemoraram a conquista do “novo território” em São Gonçalo. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um trecho do evento marcado pela superlotação e a não utilização de máscaras de proteção contra a Covid-19.
Um cartaz que foi divulgado através das redes sociais mostrava a programação do evento. Cantores de funk de diversas localidades estiveram presentes no ‘Bailão da Terra Prometida”, como foi chamado o evento.
“Baile na Terra Prometida vai rolar toda sexta-feira, pode acreditar”, diz um post nas redes sociais.
Entretanto, nem todos os presentes no evento tiveram um final feliz. Na saída do baile funk, uma jovem, de 16 anos, foi baleada durante uma tentativa de assalto ocorrida na manhã do último sábado (8).
De acordo com a polícia, a jovem relatou que foi atingida na perna após reagir a um assalto na saída do evento clandestino. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), no Colubandê, onde recebeu atendimento médico e teve alta.
Quem também sofre com a realização do baile funk são os motoristas. De acordo com a polícia, em razão da realização de bailes funk, criminosos possuem o hábito de roubar veículos para ir até os eventos clandestinos.
Segundo um relatório feito pela Polícia Militar, a média de roubos de veículos em maio girava entre 3 e 4 por dia em São Gonçalo. Somente, na última sexta-feira (7), esse número subiu para 13. Mais da metade desses roubos, segundo a polícia, foram feitos por criminosos que iriam para o “Baile da Terra Prometida”.
“Através de dados de inteligência, conseguimos detectar que esses roubos aconteceram em razão desse baile funk. Atrelado a isso, está a proibição das operações policiais por parte do STF, o que inviabiliza o batalhão de trabalhar e, consequentemente, impedir a realização desses eventos irregulares. Quando conseguimos a autorização através do critério de excepcionalidade, entramos nesses locais e acabamos com os eventos”. Tenente-coronel Gilmar Tramontini, comandante do 7º BPM (São Gonçalo)
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